Estímulo da produção de Literatura Periférica em meio à Juventude.

O Projeto Tenda Literária tem como objetivo transformar praças públicas em espaços culturais com oficinas e saraus voltados para a produção da Literatura Periférica nas diversas regiões da cidade de S.P. O Tenda Literária já foi contemplado com o VAI 2009 / 2010 (Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais). Em 2014 o projeto volta contemplado pelo VAI II.

domingo, 2 de agosto de 2009

Produções literárias periféricas...


Na nossa primeira Tenda Literária, além do grande sarau, houve uma oficina literária ministrada pela pesquisadora da Puc-SP Rita Alves, que teve como tema, “O que é Literatura Periférica”.
Usando um formato nada convencional de fazer uma oficina em um espaço aberto, assim como é a proposta do “Tenda”, a assessora acertou em cheio, usando seu conhecimento e sensibilidade para provocar os jovens presentes a produzirem.
A oficina teve três momentos, no primeiro houve uma conversa sobre Literatura Marginal, contextualização da Literatura Periférica e uma reflexão sobre a proliferação de saraus na grande São Paulo, em seguida houve uma dinâmica de “Leitura Premiada”, onde os participantes eram incentivados a lerem poesias do varal e dos livros espalhados pela tenda, dando inicio a um mini sarau.
Mas o ponto forte da oficina foi o momento de produção, disparado por um pequeno concurso de poesia os participantes foram incentivados a produzirem.
Os participantes tiveram três temas como referência, “Eu no bairro”, “O futuro que vejo” e “Imagens da cidade”.
O resultado foram produções sensíveis, viscerais, surpreendentemente marginais.
Segue a baixo as produções dos nossos poetas da 1º Tenda Literária.

Futuro Que Vejo.

Dança, humildade

Loucuras, desejo.

Isso é só um pouco

Do futuro que vejo.


Vejo vida, esperança

Vejo grana, vejo paz.

Vejo padre, vejo Igreja

Vejo lua de mel, e eu sendo pai.


Vejo lá em 2.500

A criação dos meus institutos.

Vejo minha mãe e meu pai

Do meu lado bem caducos.


Não vejo meu filho engravatado

Eu vejo ele dançando breack.

Grafitando São Paulo

E andando de sk8.


Vejo sarais, vejo eventos

A periferia bem comentada.

E quem sabe em 2.500

Verei a Tenda Literária.


Eu vejo o meu futuro

Com a minha melhor maneira.

Vejo a ressurreição de Bob Marley

Salve nação regueira.


Não vejo a desigualdade

As drogas, a prostituição.

Eu vejo a humildade

Para o caído eu estendo a mão.


Ainda vejo os nordestinos

Levando sua cultura adiante.

Vejo todas as culturas

Umbanda, Rastafári, Punk.


Há quer saber de uma coisa:

Eu vou dormir faz bem assim.

Para que Deus abra os olhos

E veja tudo para mim.

Fim.

Autor: Luiz Paulo Roberto de Oliveira.


Imagens da cidade

Maquiagem borrada,

Suor?

Lágrimas?

Maquiagem barata!

Entre as pernas,

Arrombada!

Puta dor!

Muito trabalho.

Uma puta barata…

Em casa três filhos

Cuidados, vestidos,

Criados!

Filhos de uma Puta.

No caminho um pai?!

Sem nada,

Sem caráter, estúpido!

Sem a dignidade de uma puta mãe?

Por: Mônica e Silvana Vieira


O futuro que eu vejo….

O futuro que eu vejo não é diferente do que estamos vivendo agora.

O nosso presente é a conseqüência do que foi feito no passado, será?

Porém significa que se plantarmos o bem, colheremos o bem no futuro?

Não é bem assim, no mundo em que vivemos há milhares de pessoas com pensamentos e ações diferentes.

Bem. Bem? Bem! Que pensam em.

Você faz o bem?

O que você faz bem?

Para quê? Para quem?

Bem…

O problema é que hoje não se fala no bem,

Mas sim nos bens….

Por: Mônica e Silvana Vieira



Por que não agradecer

Apoio, participação, colaboração, isso dá muita alegria, aqui acabo inspirando minha Dramaturgia.

Literatura, teatro, poesia, unida num único corpo, muito gratificante estar reunidos com vocês todos.

Interpretar, falar, dançar, o importante na verdade é participar.

Dar o que tenho para expressar (na verdade) é o seguinte, aceitar com muito gosto o próximo convite.

Por: Carlos

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