
Na nossa primeira Tenda Literária, além do grande sarau, houve uma oficina literária ministrada pela pesquisadora da Puc-SP Rita Alves, que teve como tema, “O que é Literatura Periférica”.
Usando um formato nada convencional de fazer uma oficina em um espaço aberto, assim como é a proposta do “Tenda”, a assessora acertou em cheio, usando seu conhecimento e sensibilidade para provocar os jovens presentes a produzirem.
A oficina teve três momentos, no primeiro houve uma conversa sobre Literatura Marginal, contextualização da Literatura Periférica e uma reflexão sobre a proliferação de saraus na grande São Paulo, em seguida houve uma dinâmica de “Leitura Premiada”, onde os participantes eram incentivados a lerem poesias do varal e dos livros espalhados pela tenda, dando inicio a um mini sarau.
Mas o ponto forte da oficina foi o momento de produção, disparado por um pequeno concurso de poesia os participantes foram incentivados a produzirem.
Os participantes tiveram três temas como referência, “Eu no bairro”, “O futuro que vejo” e “Imagens da cidade”.
O resultado foram produções sensíveis, viscerais, surpreendentemente marginais.
Segue a baixo as produções dos nossos poetas da 1º Tenda Literária.
Futuro Que Vejo.
Dança, humildade
Loucuras, desejo.
Isso é só um pouco
Do futuro que vejo.
Vejo vida, esperança
Vejo grana, vejo paz.
Vejo padre, vejo Igreja
Vejo lua de mel, e eu sendo pai.
Vejo lá em 2.500
A criação dos meus institutos.
Vejo minha mãe e meu pai
Do meu lado bem caducos.
Não vejo meu filho engravatado
Eu vejo ele dançando breack.
Grafitando São Paulo
E andando de sk8.
Vejo sarais, vejo eventos
A periferia bem comentada.
E quem sabe em 2.500
Verei a Tenda Literária.
Eu vejo o meu futuro
Com a minha melhor maneira.
Vejo a ressurreição de Bob Marley
Salve nação regueira.
Não vejo a desigualdade
As drogas, a prostituição.
Eu vejo a humildade
Para o caído eu estendo a mão.
Ainda vejo os nordestinos
Levando sua cultura adiante.
Vejo todas as culturas
Umbanda, Rastafári, Punk.
Há quer saber de uma coisa:
Eu vou dormir faz bem assim.
Para que Deus abra os olhos
E veja tudo para mim.
Fim.
Autor: Luiz Paulo Roberto de Oliveira.
Imagens da cidade
Maquiagem borrada,
Suor?
Lágrimas?
Maquiagem barata!
Entre as pernas,
Arrombada!
Puta dor!
Muito trabalho.
Uma puta barata…
Em casa três filhos
Cuidados, vestidos,
Criados!
Filhos de uma Puta.
No caminho um pai?!
Sem nada,
Sem caráter, estúpido!
Sem a dignidade de uma puta mãe?
Por: Mônica e Silvana Vieira
O futuro que eu vejo….
O futuro que eu vejo não é diferente do que estamos vivendo agora.
O nosso presente é a conseqüência do que foi feito no passado, será?
Porém significa que se plantarmos o bem, colheremos o bem no futuro?
Não é bem assim, no mundo em que vivemos há milhares de pessoas com pensamentos e ações diferentes.
Bem. Bem? Bem! Que pensam em.
Você faz o bem?
O que você faz bem?
Para quê? Para quem?
Bem…
O problema é que hoje não se fala no bem,
Mas sim nos bens….
Por: Mônica e Silvana Vieira
Por que não agradecer
Apoio, participação, colaboração, isso dá muita alegria, aqui acabo inspirando minha Dramaturgia.
Literatura, teatro, poesia, unida num único corpo, muito gratificante estar reunidos com vocês todos.
Interpretar, falar, dançar, o importante na verdade é participar.
Dar o que tenho para expressar (na verdade) é o seguinte, aceitar com muito gosto o próximo convite.
Por: Carlos
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